quarta-feira, 6 de julho de 2011

Meditando sobre a parábola do filho pródigo: ter ou ser?

 "Quero mais!
     Nunca canso de ler a “parábola do filho pródigo” (Lc 15, 11-32), pelas inúmeras possibilidades de diferentes reflexões que ela enseja.
Recentemente, ao ler a parábola diante de um grupo de reflexão, alguém perguntou: - “mas por que o filho mais jovem, tendo consciência de que dispunha de tudo, resolveu mesmo assim sair de casa?”.
E essa questão nos chamou atenção para o fato de que uma das tendências mentais mais destrutivas e persistentes é, justamente, a de enfatizarmos o que gostaríamos de ter, ao invés de o que temos
     
     Muitas vezes, não parece fazer diferença o muito que já possuímos; nós simplesmente temos a tendência a expandir nossa lista de desejos.
     
     E até parece que fazemos isso, para garantirmos que jamais poderemos ser satisfeitos! Pois, claramente, o padrão mental que impõe “serei feliz quando este desejo estiver realizado” é o mesmo que se repete, assim que o desejo é alcançado!
  “A única coisa que devemos querer sempre mais é o nosso amor a DEUS”.


Ter  ou ser?
         
Para mim, é uma alegria ter um amigo que me interroga, pedindo alguma ajuda, numa questão de tal modo interessante, e poder ajudá-lo a conhecer mais e, portanto, a amar mais a Deus Nosso Senhor.
Em primeiro lugar, gostaria de lhe recordar que, como já publiquei no site Montffort, os comentadores patrísticos e medievais distinguiam nos textos da Escritura e especialmente nas parábolas do Evangelho três sentidos principais embutidos no sentido literal, que sempre consideraram o fundamental.

No sentido literal – a própria hostória narrada na letra das Escrituras, que era preciso jamais alterar – eles distinguiam:
1 – um sentido doutrinário (profético, trópico, analógico) que nos ensina o que devemos crer;
2 – um sentido moral, que nos ensina o que devemos fazer;
3 – um sentido místico, que ensina o que devemos amar.
O sentido doutrinário é destinado particularmnete à inteligência.Que significa refletir?
Até aqui, sublinhei sempre a palavra refletir. Claro que refletir significa raciocinar, pensar, meditar.
Ora, a palavra refletir significa também devolver por meio de uma superfície bem polida – um espelho — a luz emitida especialmente pelo sol, a luz que nos vem do alto dos céus.
Nossa inteligência deve se portar como um espelho bem polido, isto é, livre de toda poeira que o vento (pneuma, em grego, que sifinifica também espírito) lança sobre nossa inteligência para turvá-la. Porque os maus espiritos buscam sempre toldar nossa inteligência com a poeira dos nossos interesses terrenos. Estes nos fazem tender para a terra e jamais levantar o espelho de nossa alma para o céu de onde nos vem toda a luz.
Deus é Pater luminum.
Entretanto, o espelho de nosso intelecto é vivo e não simplesmente inanimado, como são os espelhos. Somos capazes de pensar por nós mesmos. Contudo, mesmo os pensamentos que nascem de nós, se pensamos retamente, vemos que eles nos são suscitados pela graça.
"Sem Mim, nada podeis fazer” disse-nos o Verbo encarnado, Jesus Cristo.
Pois então até nossos próprios pensamentos não germinariam em nosso intelecto, se Deus não os sucitasse e desenvolvesse em nós pela sua graça. Assim como as ervas do campo e assim como nossas plantações não viveriam se Deus não fizesse cair o orvalho sobre elas, assim também nada pensaríamos retamente sem a graça de Deus que nos dá todo o bem.
Fonte para ler na ítegra:

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